Quando te conheci tinhas apenas 4 semanas e 3 milímetros. Eu? 1,60 metros, nem penses que vou dizer o peso e 29 anos no cartão do cidadão. A aventura de uma mãe inexperiente a viver a mais avassaladora experiência de todas
Quando te conheci tinhas apenas 4 semanas e 3 milímetros. Eu? 1,60 metros, nem penses que vou dizer o peso e 29 anos no cartão do cidadão. A aventura de uma mãe inexperiente a viver a mais avassaladora experiência de todas
Hoje dobraste o riso pela primeira vez. Já tinhas dado gargalhadas, mas hoje foi diferente. Estávamos no corredor de um supermercado à espera do papá que tinha ido buscar um cesto e comecei a brincar contigo. A empurrar o teu carrinho enquanto agitava os braços. Primeiro sorriste, abriste a boca como costumas fazer. Depois, e que maravilha, uma sucessão de gargalhadas, um som tão feliz que me emocionou. Voltaste a fazê-lo em casa, numa brincadeira antes do banho. Cresces tanto todos os dias. E eu cresço contigo, encantada com o tanto que me dás todos os dias, meu filho.
Lembro-me do primeiro dia em que fiquei sozinha contigo quando o pai foi trabalhar. Quando a tia C., que nos veio visitar, se foi embora, e tu começaste a chorar como se te estivessem a arrancar a pele eu chorei também. Desde esse dia temos feito juntos um caminho de conhecimento um do outro e aprendizagem do meio. Sei quase sempre por que choras. Consigo acalmar-te, com mais ou menos facilidade, mas consigo. Faço-te rir e tantas e tantas vezes és tu que me pões à gargalhada com as tuas expressões e conquistas. Temos feito este caminho juntos e não há nada de que me orgulhe mais do que a convicção de que cada dia nos conhecemos um bocadinho melhor, caminho feito à custa da maior entrega de todas. Com todas as dificuldades inerentes mas com a certeza de que este amor nos fará sempre dar o melhor de nós.
Já descobriste as mãos e passas a vida com elas na boca. Também ficas a olhar para elas como que a convencer-te que fazem parte de ti. Já te entreténs com o móbil e quando a música termina ficas a olhar para mim para que volte a dar corda. Sorris cada vez mais, quando falamos muito perto da tua cara e fazemos barulhinhos com a língua. Sorris quando nos descobres, parece que se acende uma luz e percebes que estamos mesmo ali. Já deste duas gargalhadas, ou pelo menos achamos que sim. Ontem viraste-te pela primeira vez. Estavas de barriga para baixo e num segundo deste a volta e ficaste de barriga para cima. Apanhei cá um susto. Desde ontem que te mudo a fralda no chão. Fazes cada vez mais sons, como num bailado de palavras imperceptíveis. Gostas do teu 'ginasio' e ficas lá cada vez mais tempo a explorar tudo o que faz barulho. Já babaste o teu boneco trombudinho todo de tanto o levares à boca. Continuas a dormir sete e oito horas seguidas à noite e a acordar bem disposto de manhã. Todos os dias conquistas mais um bocadinho de mundo. E o meu coração, já cheio desse amor pleno de ti, arranja sempre mais um espaço para se deslumbrar e comover.