Quero... III
Se abri as tuas prendas (e recebeste tantas, meu amor) com a felicidade de quem redescobriu todo um novo sentido para a palavra Natal, imagino para o ano, quando já tiveres saído do teu-nosso casulo e estiveres cá fora.
Espero passar-te toda a magia do Natal. Quero que te entusiasmes tanto quanto eu. Com os embrulhos e os postais escolhidos e escritos um a um, com as palmas que celebram cada prenda, com as travessas de arroz doce em cima da mesa da sala de cima (mesmo se saíres a mim e não gostares de arroz doce), com as refeições em que temos que nos apertar para cabermos à mesa, com o presépio de barro junto à árvore, com a possibilidade de reencontro com a família, que sabemos sempre lá mas que tantas vezes no corre-corre do dia-a-dia nem sempre conseguimos visitar. Com o olhar em volta e saber que aquelas são as nossas pessoas. Saber que mais do que o queixo da avó e a gargalhada do avô herdámos amor e que isso também nos corre nas veias. Quero passar-te (estou já a passar-te, pois estou?) genes e genes de amor. Quero que te sintas tão protegido e amado como eu. Vou fazer tudo para que isso aconteça, meu amor.