Quando te conheci tinhas apenas 4 semanas e 3 milímetros. Eu? 1,60 metros, nem penses que vou dizer o peso e 29 anos no cartão do cidadão. A aventura de uma mãe inexperiente a viver a mais avassaladora experiência de todas
Quando te conheci tinhas apenas 4 semanas e 3 milímetros. Eu? 1,60 metros, nem penses que vou dizer o peso e 29 anos no cartão do cidadão. A aventura de uma mãe inexperiente a viver a mais avassaladora experiência de todas
Já foi há uns dias mas não posso deixar de registar. Urgência da Maternidade Alfredo da Costa numa sexta-feira à tarde. Diz o médico para a tua mãe, de olhos postos no monitor onde tu, como já nos habituaste, fazes a tua ginástica acrobática, bocejas, abres a boca, esfregas os olhos, pões os pés acima da cabeça, esticas-te todo, pões a mão debaixo da cabeça como se estivesses na praia a bronzear: "o seu filho é tão simpático. Não é nada tímido, vou aproveitar para me meter com ele mais um bocadinho". Já comecei a babar e ainda não nasceste, pequenino. Emprestas-me um dos teus babetes?
PS: É possível que o médico diga o mesmo a todas as mães que irrompem pelas urgências com o coração nas mãos e saem de lá com o coração no sítio certo, talvez um bocadinho maior de felicidade :) Mas o orgulho ninguém me tira, meu amor :)
A semana passada fomos ver-te a 3D. Quando te vi soube logo que eras meu, que eras nosso. Espreitámos o casulo por dentro. Vimos-te a fazer boquinhas, a bocejar, a esfregar os olhos, a agarrar o cordão e a brincar com ele. Vimos-te e foi tão bom. É sempre tão bom. Tal como é bom sentir-te, as tuas acrobacias de ginasta dentro do casulo, pôr a mão e responderes, saber que nos ouves aí dentro. É por isso que te contamos histórias e ouvimos a tua música. Queremos que nos conheças um bocadinho quando aqui chegares, vindo de dentro de mim para os nossos braços. Quero, queremos, estar à altura, sempre, da benção que é ter-te aqui. Da benção que é existires, meu amor.
Sete meses no teu/nosso casulo. Sete meses de um amor que cresce a cada dia. Sete meses de nós. Já gostas tanto de nós como nós gostamos de ti? :)
Ontem vimos a tua carinha pela primeira vez. Estava virada para nós quando o médico ligou o ecógrafo. És igual ao teu pai, meu amor. E tinhas os pés entrelaçados um no outro como eu tantas vezes faço. 'Vejo-te' sempre que penso em ti, mas ontem vi-te 'a olhar para mim, para nós', pela primeira vez. E mais uma vez o meu coração deu graças pela graça de te ter.
Estás grande, quase um quilo, e eu continuo a delirar com as tuas acrobacias dentro da minha/nossa barriga, do teu/nosso casulo. E a sorrir de cada vez que, pensando eu estares a dormir, te mexes com vontade quando ouves a voz do teu pai por perto.
Estamos os dois apaixonados por ti. Já te tinha dito? :)